MENINICE


("Yellow, Red and Blue", por Kandinsky)

Chegas não mais que de repente
E por instantes intermináveis
Consertas peça por peça
Do quebra-cabeça quebrado
Que era meu coração

Chegas não mais que de repente
E me reportas novamente à meninice,
À instabilidade e à infantilidade
Que é a paixão na meninice.

Chegas não mais (nem menos) que um
Amor à primeira vista; e me conquista
Amiúde, sem pressa, no silêncio.
E nesse silêncio me perco no invólucro
Dos teus braços, abraços e carícias.

Chegas assim: devagar, divagando
Em meus recentes sonhos e fazes
Da realidade um sonho.
Então, tudo é mais colorido, mais belo,
Como que para um menino.

Chegas não mais que de repente
E fazes dum homem sólido, altivo,
Um menino sem malícias.

E não mais que de repente
Chegas e partes com a certeza
De que voltarás todos os dias,
Pontual como o sol...
                                  [Não mais que de repente.

2 comentários:

Anônimo | 10 de março de 2011 às 12:40

Tá lindo demais.
Jóia mesmo!
Estas cada vez mais lapidando as tuas poesias. E isso é bom.
Tu tá invadindo meu ramo de poeta(rsrs) espera que qualquer dia desses escrevo um conto aí fica tudo quite!
hauHhaUH

By Índio

Anônimo | 23 de agosto de 2011 às 07:39

Muito lindo! Para quem foi escrito?

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"Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura." (Charles Bukowski)