AGORA VÁ QUE EU NÃO PRESTO

"Cape Cod pela Manhã", por Edward Hopper


E agora, o que somos nós?
Duas lembranças de um tempo feliz?
Duas crises de um amor sem raiz?
Ou a sombra do medo ou do sofrimento?

E agora, não há pano que estanque o sangramento
Não há vestígios de outrora
Não há no rosto sorriso que vigora
Não há razão nem porque.

E agora, você?
Que sempre esteve tão confusa
Também me petrificou com o olhar da medusa
Com sua indecisão e medo de viver.

E agora, o que esperas de mim?
Um cartão sem limites
Um cara com dinheiro e poder
Um carro do ano ou sei lá mais o quê?

E agora sofro por te odiar
Por ter levado de ti o teu pior.
E trago tudo no meu peito tão só
Trago tudo num peito sem dó.

Vá que eu não presto

Se um dia te protegi com a mentira, amor
Foi só porque eu vi que no playground
A paixão brinca de dor
E que o amor é o caminho pro sofrer.

As flores que colhi no teu jardim
Eu plantei sobre o asfalto
Que é para ficar seco dentro de mim
O que sobrou do tal passado.

Agora vá
Diga a seus pais que eu lhe deixei
E que eu não presto
E sem virar a folha para trás
Se esqueça de mim
Porque eu não presto.

Não se preocupe comigo
Se eu me perder, sei me achar.
Posso até ficar sem rumo
Sem abrigo
Mas o meu norte
Sempre será o bar.

por Diego Bruno da Silva Pereira

1 comentários:

Brunor da Silva | 13 de maio de 2011 às 12:33

Valeu pela homenagem, modéstia à parte é lindo essa poesia. Tive que ter muita dor de cotovelo pra poder escrever isto.
Valeu, my love, por tudo.

P.S: Te amo muito brou

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