#Crônicas de um Bon Vivant - Preguiçoso
Levanto da cama ao meio dia, sinto tontura e sinto que me levantei rápido demais. O sol já invade a janela do quarto que mesmo com a cortina, ele, o sol, a ignora.Vou para a cozinha, abro a geladeira e pego a garrafa de água mais gelada que encontro. Bebo três copos e volto a me deitar. A cama, com o lençol arrastando no chão, me chama e eu me jogo de qualquer jeito. Tento voltar ao sonho. Nao consigo. Olho para o relógio de parede e os ponteiros já marcam 12:27, lembro que ainda tenho que preparar meu almoço, mas penso tambem que um miojo basta, e penso em como eu queria que existisse controle remoto para ventilador, ele está na velocidade um, queria poder também bater palmas e aumentar a velocidade dele. Faz calor, está abafado!
Enfim, penso que nao tenho mais sono pra dormir, mas tambem nao tenho disposição para levantar. O telefone toca, uma, duas, três vezes e na quarta eu levanto e calculo que pela sexta vez eu já esteja com o fone na mão. Quando chego perto o telefone pára de tocar, mesmo assim atendo, querendo me enganar de que é o intervalo de uma chamada para outra. E nada. Nenhuma voz, nenhum barulho a nao ser pelo "tu tu tu tu". Por fim, penso no filho-da-puta que esperou o telefone chamar seis vezes e nao esperou uma sétima.
Olho a distancia do sofá e a distancia do quarto. É, o sofá está mais perto. Deito, pego controle da tevê e do aparelinho de canal fechado. Ligo os dois e percebo que nao há nada de interessante passando.
A campainha toca e eu me levanto, é o porteiro barbudo quem vem me entregar uma correspondência. Às vezes tenho a sensação de que ele vem entregar pessoalmente a correspondência só para fuxicar e saber o que está acontecendo dentro do lar...
Desligo a tevê e ligo o aparelho de som, coloco no volume médio o CD do Jack Johnson, e acho que estou pronto para cuidar do almoço. Chego na cozinha e dou de cara com o seguinte bilhete:
"Arthur:
Trate de lavar toda a louça, os banheiros, passe pano na mesa do computador, arrume seu guarda-roupa, passe pano no seu quarto e ARRUME A SUA CAMA."
Beijos, Lúcia."
Após o bilhete, sinto sono mas nao durmo. Abro a geladeira e encontro uma latinha de cerveja, abro a latinha e bebo um gole. Consigo escutar o barulho da cerveja caindo e ecoando dentro de mim, tomo mais um gole e ponho-a em cima da mesa. Busco um miojo no armário e primeiramente encontro um pacote de biscoitos recheados de chocolate, pego o biscoito e em seguida pego o miojo.
Trato de achar uma panela para esquentar a água. Enquanto a água esquenta, eu como o biscoito banda por banda, raspando com os dentes primeiro o recheio e depois mordo o biscoito.
O biscoito acabou, assim como o último gole de cerveja. Procuro entao aonde fica o umidor de charutos, acho-o dentro de um criado-mudo na sala. Pego um suposto charuto que me parece ser um Macanudo Puro dos bons, acendo com o meu isqueiro-maçarico e me posto na poltrona de luxo bem conservada no canto da sala de visitas.
Pego o telefone e ligo para algumas amigas que conheci na boite Um terço 1/3, e digo para elas virem aqui, dou o endereço e digo para elas trazerem cervejas, de preferencia gelada.
A água já está se evaporando na panela, vou para a cozinha e abaixo o fogo e coloco o miojo, quebrado em duas partes, para cozinhar. Passado os três minutos ditos na embalagem - mas que na verdade sao sete - ponho num prato fundo o miojo e espero o mesmo esfriar.
O CD acaba e eu troco por um do Pearl Jam, entao aumento o volume para quase no máximo.
O Charuto já está há mais da metade, e os ponteiros do relógio indicam 2:05...
Como o meu miojo rápido, coloco o prato em cima da pia e penso que já está na hora de tomar um banho, já estava me sentindo um hippie. Tomo um banho demorando mais ou menos 30 minutos, e entao coloco uma bermuda branca e uma camiseta azul clara, sento no sofá e acendo mais um charuto.
Passado 20 minutos de charuto tarugado, a campainha toca. Olho no olho-mágico e vejo duas garotas, altas, elegantes. Ali naquele vidro convexo o peito delas me parece maior. Abro a porta e elas vao me saudando com três caixas de latinhas na mão e com beijinhos no rosto. Eu pergunto sobre a terceira e elas dizem que ela nao pôde vir porque tinha que sair com a sua mãe.
Contra a minha vontade ponho um CD de pagode, e peço para que elas coloquem as latinhas no congelador, elas reclamam que eu sou muito preguiçoso, e eu dou de ombros.
Abro mais espaço entre os sofás, e o volume do som agora está no máximo. E a partir da décima latinha o papo cerrou e o samba se atreveu. Começamos a sambar, eu desengonçado, e elas dando um show de samba, sambavam me provocando, esfregando-me os seus corpos belos, e eu suando prosseguia. As duas já estavam brincando comigo, me fazendo de ventríloquo. Chegavam com os lábios perto do meu e desciam mais e mais, e levantavam novamente. Eu sabia que o álcool já possuíra elas, e eu quase. Foi entao que puxei a loira e dei um beijo em seu pescoço e fui subindo na diagonal para a boca, quando toquei seus lábios, a morena nao se conteve e me puxou, e me beijou tambem. Ali estávamos nós, nos beijando à três. A saliva de cada um se transportava de boca em boca. Fui a conduzindo-as para o quarto, quando percebi que já estava sem bermuda, e elas sem camisa. Beijava-lhe os seios e elas puxavam meu cabelo. Tirei minha camisa e fui para cima da morena enquanto que a loira se despia, eu despia a morena e já beijava-lhe o sexo. Ouvi ela gemer algo sobre camisinha, nao entendi mas só fiz abrir a gaveta que estava ao meu alcance e peguei um preservativo, a loira já estava despida ao lado dela e acariciava meu sexo, e eu fazia o mesmo com minha mão direita. Foi entao que a campainha tocou!
Me tio chega com meu primo Arthur antes do previsto, nao me avisara nada ou fizera de propósito. Esculhambou-me, quase me bateu, e hoje eu estou aqui em casa, deitado, pensando quando terei a sorte de meu tio viajar novamente!
2 comentários:
oO
asuahsuhasuahusuah!
Tá, agora a pergunta que não quer calar: quam é o autor disso?
sasahsuahsuahuasu :x
=*
Autor ou o personagem?
Sao pessoas diferentes...
o criador desse estorvo (personagem) sou eu, e o personagem é um qualquer!
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