mas olha me
Foto: João Primo
eu não te salvarei a pele das coisas deste mundo, não livrarei teu coração das dores e opressões e teu dorso das fadigas. meu poder é de no máximo abraçar-te, dar-te abrigo no peito, correr as mãos por teus cabelos, dizer algumas palavras nos teus ouvidos, tratar-te em segunda pessoa do singular.
mas olha-me. em meio a limites, hesitações, fraquezas, me veja humano, desconfiável como qualquer outro, com meu grande presente: eu te ofereço o meu mistério que se desfaz na tua paciência de me conhecer, na tua santa paciência de me descobrir igual a qualquer outro — só que um pouco diferente.
_
por zero.
0 comentários:
Postar um comentário
Comente, opine, concorde ou discorde.